domingo, 27 de abril de 2008

Merecimento...


SIMONAL - NINGUÉM SABE O DURO QUE DEI (doc, brasil, 2008) de Claudio Manuel, Micael Langer e Calvito Leal

Mensão Honrosa no 13 Festival Internacional de Documentários "É Tudo Verdade"

Doc sobre o mais injustiçado dos musicos brasileiros

(...)

O filme não explica tudo, nem exatamente como Simonal virou estrela e nem como caiu. Mérito do filme. O grande ponto fica pela sugestão e apresentação de traços como a juventude pobre, o combate ao racismo de um cantor engajado na questão, a inveja que ele alimentava, a sua própria arrogância, a perseguição política do período e outros tantos elementos que podem ter tido pequena ou maior contribuição quando seu tapete foi puxado. O fato é que Simonal nunca mais se recobrou da imagem de "informante" que passou a ter desde então. Se ele seria enterrado no mesmo baú com os demais, não se sabe. Mas a queda deu-se prematuramente, no começo dos anos 70, época em que os colegas com swings distintos ainda estavam conquistando e ampliando território. Muitas portas se fecharam ali. Aos fãs de Simonal (antigos ou feitos agora) resta o consolo de que, se o cantor saiu de cena, certamente não foi apagado.
O documentário reúne um time de fortes entrevistados e dá a palavra à família, a ex-parceiros, ao pivô da crise, a importantes construtores do título de dedo-duro e a um representante da grande mídia que declara nitidamente a razão pela qual “Simona” não era mais exibido em rede nacional. É a partir deste mosaico reunido pela primeira vez que podemos conhecer e traçar uma versão plausível do que realmente aconteceu. Caberá a cada espectador escolher os ingredientes que lhe convier. Mas uma coisa é certa: "Se dermos a cada homem o que merece, quem escapará do açoite?" (Hamlet). Simonal não escapou do açoite e apanhou vida afora muito mais do que o batalhão que passou impune em vários momentos da história brasileira.

(por Felipe Messina para o DOCBLOG - http://oglobo.globo.com/blogs/docblog/)

Letra da música "Tributo a Martin Luther King"

Sim, sou um negro de cor
Meu irmão de minha cor
O que te peço é luta sim, luta mais
E a luta está no fim
Cada negro que for, mais um negro virá
Para lutar com sangue ou não
Com uma canção também se luta irmão
Ouvir minha voz, oh yes, lutar por nós
Luta negra de mais é lutar pela paz
Luta negra demais para sermos iguais

de Wilson Simonal

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