Baiano por opção, caçador de sorrisos, inventor de inutilidades, desenhista de palavras e admirador do ensolarado sertão. Apaixonado, costuma dormir com Fernando Pessoa, Guimarães, Clarice, Chico e, até Glauber. Mas, confessa que seu grande amor é a argentina Mafalda. Amante da cultura hip-hop e da física. Curta-metragista com sérias aspirações a cineasta. Não gosta de linhas retas e nem de relógios.
A noite de 10 de outubro reserva momentos especiais para os fãs de rap de São Paulo. Nesta data, estréia o Festival Dialeto, que irá reunir no palco da Hole Club, casa de shows mais requisitada pelo gênero neste ano, alguns dos principais nomes da cena alternativa nacional. São eles: KAMAU; EMICIDA; PENTÁGONO; CRIOLO DOIDO; MAX B.O; AKIRA PRESIDENTE; DJ MARCO E DJ DAN DAN. Você deve estar se perguntando se é possível juntar todos esses monstros na mesma noite?
Sim, é possível. O Dialeto chega para suprir a carência de grandes festivais de rap, que não acontecem há bastante tempo na cidade, com exceção do Indie Hip Hop, que rola todos os finais de ano no Sesc Santo André, no ABC paulista. Segundo um dos produtores do Festival Dialeto, Pedro Gomes, a intenção é de que o evento também se torne anual e que aumente de proporção a cada edição. “Gostaríamos que fosse num espaço grande, tipo um Sesc, temos público pra isso. Vamos lutar pra isso acontecer nas próximas edições”, afirma. “Nós (produtores e artistas) estamos investindo nesse momento, para poder montar um bom portfólio e posteriormente correr atrás de outras opções” continua.
Para caber tanta gente numa mesma noite, todos os MC’s e grupos farão apresentações reduzidas de seus shows, mas prometendo muita energia. Segundo Kamau, autor de um dos mais elogiados discos da recente história do rap brazuca, vai ser “como uma mixtape acontecendo”, ao vivo e a cores. “DIALETO no dicionário que dizer algo como uma língua/idioma regional. Nossa região é a cultura hip-hop e nossa língua é o rap, o evento é um festival de rap. Ou seja, esse é nosso dialeto”, completa Pedro. Se depender da expectativa das atrações do evento, a noite de 10 de outubro promete ser memorável. “Vai ser um festival como já não temos há muito tempo, um evento pra engrandecer o hip hop”, disse o Dj Dan Dan, que vai comandar a festa nos intervalos ao lado de Dj Marco. “A gente sempre acaba se esbarrando pelos eventos, um participando do show do outro, mas é a primeira vez que todo mundo vai estar junto oficialmente, com o nome no flyer. Acho até que é um sonho pra algumas pessoas ver toda essa galera de uma vez só”, completa Kamau.
Emicida, que está concorrendo a nada mais nada menos do que três categorias no prêmio VMB, da MTV, foi um pouco mais longe para descrever a importância desse festival. “Depois do dia 10, não vai existir mais nada. Vai ser o apocalipse, a febre do rato, o final dos dias, nós vamos adiantar 2012 que nem previram no calendário maia”, proferiu.
Mas ninguém conseguiu sintetizar tão bem o que promete ser o Festival Dialeto do que o sempre irreverente mestre de cerimônias da Rinha dos MC’s, Criolo Doido, que também vai se apresentar no dia 10: “Vai ser um balde de água suja”. É o que todos os fãs estão esperando, muita sujeira!
"Não há heróis ou vilões em situação de conflito. A guerra é o bandido. Todo mundo que esta no campo de batalha é vítima. As pessoas que foram mortas, muitas vezes, são as vítimas, mas, muitas vezes, quem foi forçado a matar também é.
(...)
A guerra põe o soldado em um beco sem saída, em que ele se guia pelo instinto de sobrevivência e não por códigos morais.
(...)
A guerra cria uma fórmula, em que, se você não atira, será um assassino, porque você e seus colegas serão mortos por sua causa. Se atira, também será um assassino."
* Cineasta (com seu primeiro filme "Lebanon" arrematou o Leão de Ouro em Veneza)
O vídeo-clipe do Pentagono "É o Moio", dirigido por este aqui, esta a 5 dias em terceiro lugar na lista dos mais visto no site da MTV (site especial para o VMB/09)
Com muito prazer informamos que o curta Freestyle: um estilo de vida foi selecionado para o 20º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo que ocorrerá entre os dias 20 e 28 de agosto de 2009.
Seu filme fará parte do Panorama Paulista, programação do festival que consiste em apresentar um recorte da produção paulista de curta-metragem. São Paulo é uma cidade em que as produtoras independentes ganham espaço e inovam o audiovisual nacional, e isto foi refletido em mais de 45 horas de curtas paulistas inscritos.
Partindo, então, de um painel que valorize as produtoras, grupos e coletivos que desenvolvem um destacado apoio ao curta-metragem, essa mostra retratará a produção de São Paulo em suas variadas nuances.
Um forte abraço
William Hinestrosa Coordenador Programas Brasileiros Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo
"Noventa por cento do mercado de música se resume a business. Você pode fazer a melhor música do mundo e nunca ser ouvido. Eu tenho visto vários artistas ótimos, que nunca estouraram, fazendo coisas incríveis no quarto deles. (...) Muito importante, acho que é o futuro, na minha opinião. Quanto mais as marcas se envolverem, será melhor para todos." (respondendo sobre as parcerias entre músicos e gandes marcas)
A estréia de “Avatar: The Last Airbender” (M. Night. Shyamalan) está programada para o dia 2 de julho de 2010.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
sábado, 16 de maio de 2009
"Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de começar. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha covardia".
“É preciso que haja alguma coisa alimentando meu povo uma vontade uma certeza uma qualquer esperança. É preciso que alguma coisa atraia a vida ou tudo será posto de lado e na procura da vida a morte virá na frente e abrirá caminhos. È preciso que haja algum respeito, ao menos um esboço ou a dignidade humana se afirmará
Perdi a conta de quantas pessoas já entrevistei em quase 40 anos de profissão.
Raras vezes, no entanto, me vi diante de alguém tão seguro de si como Ronaldo, hoje pela manhã, na "Sabatina da Folha".
Verdadeiro, crítico, dono do seu nariz, engraçado e simples.
E cativante.
Fez o Teatro Folha cair na risada algumas vezes.
Franco, disse que entre Real Madrid e Barcelona torce pelo Real e que entre Flamengo e Corinthians pelo Flamengo, embora, como jogador do Corinthians, se matará para vencer o rubro-negro.
E não fez nenhuma questão de ser politicamente correto, como já se sabe diante do que disse sobre o presidente da CBF.
O melhor da entrevista, feita também por Clóvis Rossi, Mônica Bergamo e Xico Sá, está na primeira página do UOL e não é necessário reproduzir aqui.
Apenas quis deixar este registro.
Graaaaaaande Ronaldo!
Veja entrevista na íntegra em vídeo (+ ou - 2h duração) no Blog do Juca (fonte deste post)
ÉPOCA – No livro Dead aid, você critica o envolvimento de celebridades nas campanhas de ajuda à África. É uma crítica a Bono, do U2, por exemplo. Por quê?
Dambisa Moyo – Por duas razões. Primeiro, não concordo que a ajuda seja o instrumento certo para estimular o crescimento econômico e o desenvolvimento africano.As celebridades estão empurrando um produto que não funciona. Em segundo lugar, as lideranças do debate sobre o futuro da África deveriam ser as autoridades eleitas do continente e a sociedade africana. Ter uma cultura de celebridades, na qual raramente vemos um líder africano falando de seus planos para o futuro, me parece errado.
ÉPOCA – Há celebridades ou governos que manipulam a situação na África para o próprio benefício?
Moyo – Não quero me concentrar na motivação de governos ou indivíduos. O que posso dizer é que estou muito decepcionada com as lideranças políticas internacionais. Elas não estão falando a verdade sobre a eficácia da ajuda e sobre a possibilidade de conquistar crescimento econômico na África por meio dela. Chegamos a uma situação na qual nós, como sociedade global, ficamos muito confortáveis com a visão negativa da África. O capitalismo está sob um intenso debate neste momento, todo o mundo está tentando obter um melhor equilíbrio para o sistema. Mas, no caso da África, após 50 anos e US$ 1 trilhão em ajuda, ninguém fala de uma mudança de estratégia. Nesse meio século de ajuda, a África mostrou resultados muito pobres: crescimento nulo e aumento da miséria. Mas ninguém discute isso.
breve perfil
- Nascida na Zâmbia, fez mestrado em Harvard e doutorado em economia em Oxford. Mora em Londres
- Trabalhou no Banco Mundial e no banco de investimentos Goldman Sachs. É diretora de uma fundação que atua com microfinanciamentos na África
"Os homens medievais gostavam de dizer que Deus havia escrito dois livros: a natureza e as Escrituras. Uma vez que Deus é o Autor, e esse mestre nunca se contradiz, os dois livros nunca se contradizem. Esse Deus que nunca se contradiz também nos deu dois detectores da verdade, a fé e a razão; conclui-se que a fé e a razão, se empregadas corretamente, nunca se contradizem; as heresias, no entanto, são totalmente contrárias à razão. Embora nem todas as verdades da fé possam ser provadas pela razão, todos os argumentos contra essa fé podem ser refutados racionalmente. (...) Deus, de forma generosa, proporcionou sinais em toda parte: natureza, homem e História. A alma do homem, concebida e criada à imagem de Deus, é dotada de três faculdades, presentes unicamente no homem: o intelecto, a vontade moral e a imaginação (idéias). Deus deixou pistas, em abundância, em todos os três. Comunica-se com a vontade por meio da consciência universal e de profetas inspirados; com a imaginação, por intermédio dos (falíveis, mas às vezes muito belos) mitos de cada cultura; e com o intelecto, pelos filósofos gregos. O primeiro filósofo verdadeiro, avô de todos os filósofos, é Sócrates. Todas as três pistas são indicadores de Cristo".
(introdução do livro Socrates e Jesus de Peter Kreeft)
"Mas a cobardia é também intelectual: se a liberdade de expressão é uma benesse, ela implica aceitar vozes discordantes que devem ser toleradas, ou ignoradas, ou debatidas --e, em casos extremos, denunciadas por pessoas concretas que se sintam atingidas no seu bom nome. Existem tribunais para isso. Mas nenhuma sociedade livre será capaz de sobreviver pela criminalização de todas as opiniões que o "senso comum" majoritário considera ofensivas. Proibir é a atitude preguiçosa do tirano menor que, incapaz de tolerar, ignorar ou refutar intelectualmente uma opinião, prefere criminalizá-la".
João Pereira Coutinho, 30, é colunista da Folha de S.Paulo. Reuniu seus artigos no livro "Vida Independente: 1998-2003", editado em Portugal, onde vive.
Direto, dinâmico e com imagens raras de batalhas entre MCs brasileiros, Freestyle – Um Estilo de Vida é um dos documentários mais importantes já feitos sobre o hip-hop brasileiro. Na próxima terça, você pode conferi-lo na íntegra na Nike Sportswear Store em Pinheiros, com abertura do diretor Pedro Gomes.
QUANDO: terça, dia 31 de março, às 20h30 (abertura do diretor Pedro Gomes. Duração do filme: 45 min).
COMO SE INSCREVER: mande email para nsw.pinheiros@nike.com.
CENSURA: livre.
CAPACIDADE: 50 lugares.
O Documentário
No universo da cultura hip-hop, as letras de rap não são a única forma de expressão poética e musical. Desde os primeiros passos do gênero, nos EUA dos anos 1970, o freestyle – a rima de improviso, criada no calor do momento – anda lado a lado do seu primo mais famoso, seja em improvisos feitos por MCs famosos em grandes shows, seja em “batalhas” espontâneas nas esquinas das periferias. No Brasil, as rinhas de MCs voltaram com toda a força e transformaram jovens MCs em novos repentistas urbanos, falando com a crueza e malandragem típica das nossas ruas. Em 45 minutos, o diretor Pedro Gomes investiga essa arte, por meio de entrevistas e incríveis cenas reais de batalhas, onde a tensão e a provocação ficam à flor da pele. Depoimentos e imagens de KL Jay, Kamau, Marechal, Max B.O., Projota, Slim, Emicida, Criolo Doido, Rashid, Nocivo e muitos outros.
Prêmio de Melhor Filme no Festival Guarnice de Cinema (Maranhão)
“Digno dos mais importantes prêmios do cinema documental brasileiro. Os depoimentos são de uma eloqüência e humor que só quem é mestre do improviso da fala consegue ter. É imperdível. Com essa obra, Pedro Gomes já deixou um legado às futuras gerações. Ele, que é tão jovem, pode dormir o sono dos justos.” (Eleilson Leite – +Le Monde Diplomatique+)
“(O documentário) dá uma ideia da dimensão dessa forma de cultura, que estimula a auto-estima e integra a competição num espaço de camaradagem e coletividade. Já houve exibições na Cinemateca Brasileira e na PUC-SP e Rio. Mas isso não basta. Tem que ir para a TV pública como matéria de patrimônio.” (Carlos A. Mattos – *O Globo*)